O mercado fonográfico brasileiro registrou um crescimento de 21% no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior, com um faturamento de R$ 1,442 bilhão, de acordo com dados da Pró-Música. Esse crescimento reflete o impacto positivo do streaming, responsável por 99,2% das receitas do setor.


O Papel do Streaming no Crescimento

O mercado de streaming mostrou-se dominante, gerando 99,2% das receitas totais, o que reforça sua relevância no cenário musical atual. A combinação de assinaturas de plataformas digitais, que tiveram um salto de 28,4%, com a receita publicitária, evidencia a força do streaming como modelo sustentável e atrativo para artistas e gravadoras. Essa predominância reflete o comportamento do consumidor moderno, que cada vez mais se volta ao consumo de música digital de maneira contínua e acessível.

Vinil e o Retorno dos Formatos Físicos

Embora representem uma parcela menor do faturamento, as vendas de vinil mostram uma curiosa tendência de retorno, crescendo 22,4%. Isso reflete um comportamento de nicho dos consumidores que valorizam a experiência física de colecionar discos, buscando um som mais autêntico. O vinil superou de longe o faturamento dos CDs, que totalizaram apenas R$ 2,5 milhões no período, consolidando-se como um produto premium, capaz de gerar valor em um mercado amplamente digitalizado.

Crescimento Nacional e Projeção Internacional

O crescimento de 21% em 2024 segue a tendência observada nos últimos sete anos, consolidando o Brasil como um dos mercados de música que mais crescem globalmente. Em 2023, o país ocupou a 9ª posição no ranking mundial de maiores mercados de música gravada e foi o segundo com maior crescimento no top 10, ficando atrás apenas da China. A resiliência e o crescimento contínuo do mercado brasileiro têm chamado atenção de gravadoras internacionais e fomentado investimentos no cenário local.

Impacto das Companhias Fonográficas

O presidente da Pró-Música, Paulo Rosa, atribui esse desempenho aos investimentos massivos das gravadoras e distribuidoras em conteúdo nacional, marketing e desenvolvimento de artistas. Esse cenário abre oportunidades para artistas independentes, que, por meio do streaming, conseguem expandir seu alcance e construir carreiras sem depender dos modelos tradicionais de distribuição física. Isso também reflete a maturidade do ecossistema digital no Brasil, que facilita tanto a produção quanto o consumo de música.

Desafios e Perspectivas

Embora os números sejam animadores, o mercado enfrenta desafios, especialmente com a constante evolução das plataformas de streaming e a competição acirrada. Manter o ritmo de crescimento depende de inovação, parcerias estratégicas e novas formas de monetização. A receita com publicidade em plataformas de streaming, por exemplo, registrou um crescimento mais modesto (6,6%), o que indica uma necessidade de diversificação de estratégias para atrair anunciantes e gerar mais valor.

Sendo assim…

O mercado fonográfico brasileiro está em um momento histórico de expansão, com o streaming ocupando o centro das atenções. No entanto, o retorno dos formatos físicos, como o vinil, e o crescimento contínuo em um cenário global competitivo mostram que há espaço para diversas formas de consumo e modelos de negócios. A expectativa é que, com mais investimentos e inovação, o Brasil continue a figurar entre os maiores mercados de música do mundo.

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