A maioria dos artistas está por aí criando conteúdo, lançando música e torcendo para que algo aconteça. E embora essa correria seja admirável, quem entende de marketing está jogando um outro jogo. Eles pensam em cada passo que um fã dá, desde o “acabei de conhecer esse artista” até o “não consigo parar de ouvir, comprei o vinil e viajei cinco horas pra ver o show”.

E essa é a diferença.
Quem trabalha com estratégia pensa em toda a jornada do fã — e usa isso pra construir uma base sólida e fiel. Quando você entende esse caminho, consegue guiar seus ouvintes desde o primeiro contato até se tornarem fãs de verdade.

Neste post, vamos destrinchar tudo o que você precisa saber pra sair do modo “tentativa e erro” e começar a trabalhar com estratégia de verdade.


O que é a Jornada do Fã?

A jornada do fã é o caminho emocional que alguém percorre desde o momento em que descobre sua música até se tornar um apoiador fiel. Não se trata só da música em si, mas de cada interação que constrói confiança, conexão e lealdade.

No marketing tradicional, isso é chamado de “jornada do cliente”. No universo da música, estamos falando de fãs. Quando você entende essa jornada, para de tratar todo mundo do mesmo jeito — e começa a se comunicar com cada um de forma mais certeira.

Essa jornada pode ser dividida em três estágios:

  • Fã Novo: Acabou de te descobrir — pode ter sido via TikTok, playlist ou um repost no Instagram. Ainda não sabe quase nada sobre você.

  • Fã Casual: Já te segue, curte algumas músicas, talvez viu um clipe ou dois. Mas ainda não acompanha tudo que você faz.

  • Fã Core (Núcleo Duro): Te acompanha desde sempre. Compra merch, comenta em tudo, indica seu som pros amigos e vai aos seus shows.

Todo fã começa como novo, mas cabe a você ajudar ele a avançar nessa jornada. Quando você sabe onde cada pessoa está, consegue criar o conteúdo certo pra mover ela adiante.

Criando conteúdo para cada estágio

Spoiler: Nem todo mundo quer (ou precisa) do mesmo tipo de conteúdo ao mesmo tempo. Adaptar sua comunicação pra cada estágio pode transformar seus resultados.

  • Fãs Novos:
    Querem se apresentar. Aposte em vídeos curtos, visuais marcantes, trechos cativantes da sua música. Plataformas como TikTok, Reels, Shorts e playlists são essenciais nesse estágio.

  • Fãs Casuais:
    Já se interessam por você, mas ainda estão decidindo se vão ficar. Poste bastidores, trechos de ensaios, atualizações frequentes e convites pra interagir — como seguir nas redes ou entrar na sua lista de e-mails.

    💡 Dica PRO: Reaproveite seu conteúdo! Um vídeo pode virar clipe curto, teaser e postagem em várias plataformas. Mais impacto, menos esforço.

  • Fãs Core:
    Eles querem acesso especial. Liberar merch antes pra eles, fazer lives exclusivas, meet & greet, tudo que gere valor e proximidade. É aqui que se cria comunidade de verdade.

Segmentando seus fãs

Agora que você entendeu que nem todo fã é igual, tratar todos da mesma forma só desperdiça tempo e energia.

Segmentar é agrupar sua base com base em dados reais: onde moram, como interagem, por onde te acompanham.

Como conseguir esses dados?

  • 📍 Localização:
    Use ferramentas como Instagram Insights, Facebook Audience Insights e Spotify for Artists pra saber onde estão seus ouvintes. Isso ajuda muito em turnês, anúncios e até posts localizados.

  • 🧠 Comportamento:
    Quem mais te escuta? Quem salva seus sons? Quem abre seus e-mails? O Spotify mostra hábitos de escuta, e as plataformas de e-mail marketing mostram taxas de abertura e cliques.

  • 📱 Plataforma preferida:
    Onde seu público engaja mais — Insta, TikTok, YouTube? Ver isso ajuda a criar conteúdo certo, no lugar certo. E com o novo TikTok for Artists, você tem acesso a dados ainda mais detalhados sobre crescimento, engajamento e performance.

Exemplo prático:
Se o Spotify mostra que sua cidade natal é sua maior base, foque nela com conteúdos ou shows exclusivos.
Já se o TikTok tem engajamento alto, lance um desafio ou conteúdo exclusivo lá.

Retargeting: trazendo o fã de volta

Retargeting significa se reconectar com quem já demonstrou interesse. Em vez de correr atrás só de novos ouvintes, que tal reacender a chama com quem já te conhece?

  • Anúncios:
    Plataformas como Instagram, TikTok e YouTube permitem criar públicos personalizados com base em quem viu seus vídeos, clicou em links ou interagiu com seus posts.

  • E-mail:
    Ferramentas como ConvertKit e Mailchimp permitem reenviar mensagens pra quem não abriu, ou segmentar por cidade, interesse, etc.

  • DMs e Comentários:
    De graça e super eficaz. Responda stories, agradeça comentários, mande aquele salve no inbox. Isso fideliza de verdade.

💡 Não é sobre ser insistente. É sobre ser intencional.

Como organizar tudo isso?

Se você vai segmentar e retargetear, precisa se organizar. E não precisa ser nenhum gênio da tecnologia pra isso.

Algumas ferramentas que ajudam:

  • Kit (ex-ConvertKit): ótima pra gerenciar listas de e-mail, com tags, automações e segmentações.

  • Bandsintown for Artists: perfeito pra quem faz shows. Dá pra mandar mensagens pra fãs por localização, divulgar eventos e crescer sua base.

  • Mailchimp/Substack: fáceis de usar e ideais pra quem está começando. Mailchimp é bom pra campanhas simples, e Substack funciona bem se você curte escrever textos mais longos, tipo diários de bordo.

Seja qual for a ferramenta, o objetivo é o mesmo: conectar, organizar e entregar uma experiência pessoal pra cada fã.

Pra fechar…

Entender a jornada do fã é sair do achismo e entrar no jogo com estratégia.
Quando você aprende a segmentar seu público, reengajar quem já te curte e se organizar com as ferramentas certas, você para de só “divulgar sua música” — e começa a construir uma base que realmente permanece.

Use o seu próximo lançamento como um teste: escolha uma dica desse post e coloque em prática.
Depois, observe como sua base responde. Spoiler: vai valer a pena. 😉

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