O Goldman Sachs divulgou recentemente a nova edição do relatório Music in the Air, um dos mais importantes estudos sobre o futuro da indústria da música. O documentoanalisa dados sobre o crescimento do streaming, estratégias de precificação, mercados emergentes, inteligência artificial e até a força dos superfãs.
A visão do banco global é otimista: o mercado de música (incluindo música gravada, publishing e shows ao vivo) deve quase dobrar, saltando de US$ 104,9 bilhões em 2024 para US$ 196,8 bilhões até 2035.
Para artistas e profissionais do setor, entender essas tendências é essencial para se preparar para o que vem pela frente. Aqui estão as 7 principais apostas do Goldman Sachs para o futuro da música:
1. O streaming deve atingir 827 milhões de assinantes até o fim de 2025
O crescimento dos serviços de assinatura segue sendo o motor do mercado, com expectativa de 75 milhões de novos usuários em 2025. A maior parte virá de mercados emergentes, onde a penetração do streaming ainda é baixa (8% da população conectada, contra 38% em países desenvolvidos).v
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2. Música gravada cresce abaixo das expectativas
Em 2024, o crescimento foi de apenas 4,8%, bem abaixo dos 8,9% projetados. Mesmo assim, a expectativa é de recuperação: o mercado deve chegar a US$ 55 bilhões até 2035. Para artistas independentes, isso reforça a importância de diversificar fontes de receita além do streaming.
3. Superfãs: a nova mina de ouro da indústria
O relatório projeta que a monetização de superfãs pode gerar US$ 4,3 bilhões adicionais em receita até 2026. Esses ouvintes mais leais gastam até o dobro em comparação ao público médio, especialmente em shows e merchandising.
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4. Preços do streaming continuarão subindo
Após os primeiros aumentos globais em 2023, as plataformas devem aplicar novos reajustes a cada 12 a 18 meses. Segundo o Goldman, isso não deve impactar fortemente a retenção, já que os preços ainda são competitivos frente a outros serviços (o streaming musical custa em média 39% menos que a Netflix nos EUA).
5. Mercados emergentes liderarão 75% do crescimento até 2035
América Latina, Ásia e África serão os motores do crescimento do streaming, respondendo por três quartos dos novos assinantes. O desafio é o ARPU (receita média por usuário): enquanto nos EUA esse valor chega a US$ 31, nos emergentes é de apenas US$ 8 por ano.
6. Inteligência artificial terá impacto limitado — por enquanto
Apesar da explosão de ferramentas criativas, o relatório aponta que a música gerada por IA representa apenas 0,1% dos royalties globais. No entanto, plataformas como Deezer já recebem mais de 20 mil faixas de IA por dia. O Goldman alerta que será preciso fortalecer regras de direitos autorais e transparência no uso dessas tecnologias.
7. Música ao vivo será um dos principais motores de crescimento
O setor de shows deve crescer 10% em 2025 e alcançar US$ 67 bilhões até 2035. O Goldman destaca que a demanda é impulsionada pelas gerações Millennials e Gen Z, que priorizam experiências ao vivo. Além disso, os preços dos ingressos subiram mais de 40% desde 2019, sem queda na procura.
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Conclusão
O relatório do Goldman Sachs reforça que, apesar de oscilações no curto prazo, o futuro da música é de expansão. O crescimento virá de múltiplas frentes: streaming, superfãs, mercados emergentes, IA e principalmente a música ao vivo.
Para artistas independentes, o recado é claro:
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Construa uma base de superfãs.
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Diversifique suas fontes de receita.
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Esteja atento às novas tecnologias.
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E, acima de tudo, invista no relacionamento com o público.